Mosaico filosófico contemporâneo.

Diante de algumas tendências contemporâneas que determinam as suposições de muitos cientistas políticos e filósofos hoje em dia, não é de se admirar que os estados de ânimo subjacentes, enraizados no ELEMENTO ECONÔMICO , propiciem uma expressão pregnante ao extremo , uma expressão dramatizada, em determinadas filosofias. Nos escritos de muitos pós-estruturalistas, não se encontram apenas os prosseguimentos perspicazes da crítica da ideologia exercida por Nietzsche ; aqui nos deparamos tbm com exageros metodológicos de uma crítica da razão que se tornou TOTAL e que  confere expressão sintomática a um difuso espírito do tempo , em vez de levá-lo ao conceito . Uma crítica supostamente radical gera sentimentos de disposição ao despertamento; e a perseverança diante das verdades futuras indeterminadamente avisadas faz surgir um vácuo em que as verdades não examinadas da religião e da metafísica podem fluir tanto mais despreocupadamente. Ainda existe, felizmente, uma divisão do trabalho entre os que nós denominamos outrora ''jovens conservadores '' e aqueles que gostariam de herdar a hostilidade pseudo-radical à razão . Ainda se distinguem o que hoje seguem o último Heidegger, exercendo com gesto crítico a disposição à obediência e silenciando as forças da crítica, e os que demandam secamente uma disposição ao despertamento , estimulada dessa maneira. Deveríamos temer o curto-circuito retórico entre os gestos contrários de desentulhar os antigos altares e erguer os novos. Certamente, a articulação filosófica do espírito do espírito do tempo se desenrola em um plano diferente do da mudança de mentalidades políticas. Mas há interferências entre ambos os movimentos.  Na Europa , os efeitos dessa interferência são percebidos com mais nitidez . Chama a atenção que os pecados políticos e econômicos cometidos agora em toda parte são essencialmente ''pecados de esquerda ''. E chama mais a atenção que uma mudança de opinião perfeitamente normal decorra cada vez mais raramente sem um ritual grave de auto-determinação e de ''arrependimento político '' sobre o palco. 

K.M.