sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Eletrotelurismo ou emanação geodésica.



http://geografia-sagrada.blogspot.com.br/2010/05/tradicao-polar.html

Nem sempre os vínculos são formulados em termos históricos, mas antes míticos, com a vantagem tradicional de se buscar atêr apenas ao essencial e não se perder em considerações secundárias. Assim, encontramos na Índia referências ao Monte primordial Su-Meru (Suméria), tendo o mesmo significado todos os outros Montes sagrados: o Sinai e o Ararat dos hebreus, o Montsalvat dos cátaros, o Kailas dos tibetanos, o Alborj dos nórdicos, etc.; no Tibet a respeito da mítica Shambhala onde vive o Rei do Mundo; as regiões míticas da Ocidentalidade primordial de Manu para os egípcios, da Terra Pura de Amida (Amithaba, Opagmed) para os budistas, a Terra Sem Males dos guaranis, da Avalon ou Albion dos celtas; os paraísos do Valhalla dos nórdicos, de Tushita dos budistas, a Idade de Ouro (Krita Yuga, Satya Yuga) dos orientais e gregos, a Tule hiperbórea dos gregos e a Tula das origens maias-toltecas; a Agartha do ciclo de Rama; a Aztlan mítica dos astecas; a Atlântida dos greco-egípcios; a Jerusalém celeste dos cristãos; e assim por diante. 

Tais lugares têm sido simbólica ou efetivamente relacionados a centros magnéticos, que amiúde incluem agrupamentos iniciáticos importantes. É que "cada parte do mundo está destinada a ser o Centro espiritual durante um tempo determinado, onde trabalham os Iniciados para conservar o equilíbrio do magnetismo Universal. De tal maneira que o eletrotelurismo da Terra (que muda a cada Era), a inclinação de nosso planeta, a emanação geodésica, a perturbação do Sistema, a projeção de nossa galáxia no espaço e o conjunto de muitas outras coisas, constituem fatores muito importantes para determinar o ponto onde a Direção Espiritual fixa sua residência, de acordo com tais fenômenos" (Serge Raynaud de la Ferrière). 

Estes Centros vêm a se constituir, portanto, e sobretudo em certos casos, em verdadeiros corações de mandalas geográficas ou apenas culturais, devido a razões que podem obedecer também naturezas diferentes, existindo para isto diferentes graus e formas de subordinação, a partir da natureza da dignidade original de cada um deles. 

A forma mandálica da organização geográfica e/ou cultural de certas culturas é evidente. A divisão em oito parte do Império-do-Meio na China obedece claramente à sua cosmologia polar; a divisão do Antigo Egito nas "Duas Terras" com suas 22 províncias, também remete à ordens cabalísticas muito conhecidas, assim como no Oriente o mito de Shambhala a dispõe no centro de 21 cidades-templos (ver A Missão da Índia de Saint-Yves d'Alveydre e iconografia tibetana); a ordem cultural também costumava ter quatro castas centralizadas pela nobreza e pelo Rei. Os astecas reuniram a ambos os conceitos nos quatro bairros de Tenochtitlan dedicados cada qual a uma das quatro castas, o mesmo ocorrendo na Cuzco dos incas. 

O tributo moral voluntário ou involuntário, prestado pelas nações aos grandes centros da cultura mundial, é igualmente reconhecido historicamente, sendo esta uma necessidade moral e cármica que todas as nações devem prestar e prestam de alguma forma ao Centro eleito em cada era do mundo, foco da Vontade divina revelada para um certo período mundial. De modo que, sabedores das leis do carma e da justiça divina, muitas civilizações antigas buscaram livre e conscientemente empreender o seu alinhamento primordial, buscando cumprir a dívida cultural que possuem com algum grande Centro original, ou simplesmente tratando de definir aquele elo vital à geração ou à preservação de todos os grandes processos e ambientes culturais áureos, dotando de alguma medida de harmonia suas civilizações, seja pela emulação real ou adaptada, como pela simples referência perpétua a tais origens sagradas. Sendo esta uma lei universal e perpétua, uma vez mais está profetizado que, na revelação da "Jerusalém celeste" que sinaliza o próximo grande Centro de cultura universal do planeta, as nações a ela acorrerão com seus tributos que permitirão a geração de um centro dotado de todas as qualidades e virtudes necessárias, posto que o despojamento e o ascetismo não se constituem jamais em fins em si mesmos, mas antes em métodos de purificação e enobrecimento providencial, devendo ser removido assim que os fins desejados são devidamente alcançados, e estes fins são os do equilíbrio, justiça e harmonia.

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